Praticamente todos os dias em que acordamos é dia de celebrar alguma coisa na vida. Não falo isso sob um ponto de vista poético, até poderia, se considerar que a oportunidade de respirar já é de celebrar. Falo do ponto de vista prático: as datas comemorativas estampadas no seu calendário. Quase todo dia é dia de alguém ou de algo ou dos dois. Ontem foi um destes dias. Porém, diferente de muitos dias pelos quais passamos reto, este em especial pede uma pausa (não que os outros também não mereçam) porque foi o Dia Internacional da Felicidade. Sim, temos um dia dedicado à ela. Mas espero que não tenha sido um dia único para vivê-la, em um contraste com outros dias de cão.

Felicidade é um assunto que me encanta, em especial por ser tão complexo e simples ao mesmo tempo. Felicidade é palavra que não se define, se interpreta. É desejo praticamente universal, mas não existe um consenso onde encontrá-la ou se é algo que realmente se busca.

Felicidade é também missão e trabalho para nós, aqui na A Grande Escola e na Humans at Work. O destino de todas nossas ações é único: contribuir para que você possa obter ideias legais sobre como viver uma vida boa, uma vida feliz, na união dos mais diferentes aspectos. Sim, isso inclui o trabalho e com destaque especial. Mesmo que para muitos pareça um descompasso inimaginável que as palavras “felicidade” e “trabalho” possam andar próximas. Para muita gente, trata-se de opostos. Parte culpa de um histórico, a própria origem da palavra “trabalho” vêm de práticas que remetem ao sofrimento, muito culpa de uma cultura que, acredito e espero, está mudando.

Acredito que o trabalho é fundamental para construção de uma vida feliz, seja pelo impacto social que uma empresa pode desempenhar, seja porque o trabalho é hoje boa parte das nossas horas ativas e um dos instrumentos mais valiosos que temos de interação e expressão. Acredito também que a felicidade é fundamental para o trabalho por um motivo muito simples: gente feliz trabalha melhor. Produz mais, cria mais, se engaja mais, se relaciona melhor. Enfim, é só alegria para todos os lados. Por conta disso, no próximo dia 05/04 lançaremos oficialmente um indicador de felicidade no trabalho, a Humans Happiness Survey, de autoria da Humans at Work. É a nossa maneira de apoiarmos as empresas neste sentido.

Mas a felicidade passa também por outras áreas da vida. No fundo, acredito que se há uma fórmula para ser feliz, ela passa pelo equilíbrio. Há quem acredite também que passe por fórmulas químicas ou equações financeiras, lembre, felicidade é interpretação. Na minha, equilíbrio é fundamental e estou produzindo aqui o meu próprio estudo sobre o que precisa ser equilibrado. Em meio aos meus pensamentos, uma pergunta sempre acaba aparecendo: ok, isso parece fazer sentido, mas por que essa obsessão em querer ser feliz? Está aí uma pergunta que me quebra.

Posso argumentar com benefícios produtivos, posso argumentar com uma devolutiva (se a obsessão não for de ser feliz, será de ser o que?), posso argumentar com dados em relação a melhora da nossa saúde e sistema imunológico, posso argumentar com a memória da nossa condição humana: uma vez que estamos todos condenados a morte, que este tempo então (raro e valioso) seja vivido para nos fazer vivenciar emoções positivas. Vivenciar felicidade.

No fundo, felicidade é questão de escolha. Não apenas pela vontade, mas principalmente pela nossa capacidade de escolher ser e, de fato, ser. Felicidade se exercita, se desenvolve, se mensura, seja pelo hábito de exercícios e alimentação e regulação química, seja pela filosofia de enxergar beleza e pura oportunidade no privilégio que temos de respirar. Prática regular, não restrita a um dia comemorativo. É rotina. É constância. É política. É intencional.

Vai soar um grande clichê o que vou dizer a seguir e você pode inclusive transformar em uma mensagem de bom dia para enviar via whatsapp para sua família: todo dia é dia de ser feliz, na sua vida e no seu ambiente de trabalho.

Ontem foi o dia internacional da felicidade. Mas o dia de hoje pode ser o dia em que você definitivamente passou a acreditar na felicidade, como estilo de vida ou como estratégia para sua empresa e escolheu ser e fazer gente feliz. E passou a ser e fazer.

Que isso não seja um conto de fadas, mas uma realidade. Com resultados possíveis de serem sentidos e mensurados. Não sou muito fã de finais felizes, prefiro o caminho todo.

Um restante de semana feliz por aí.

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